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Teoria da evolução

Primeira apresentação pública dos textos de Darwin e Wallace
   Há 150 anos vinha a público uma idéia que revolucionou os estudos biológicos e
modificou radicalmente a visão que o ser humano tinha de si mesmo. Em 1º de julho
de 1858, na Sociedade Lineana de Londres, um grupo de naturalistas ouviu a leitura
dos textos de autoria do galês Alfred Russel Wallace e do inglês Charles Robert
Darwin, nos quais se lançavam os princípios da teoria da evolução.

Na verdade, só no ano seguinte, quando Darwin publicou o livro "Origem das
Espécies", a teoria evolucionista - que também se tornou conhecida como
darwinismo - produziu todo seu impacto. Entre suas implicações, encontrava-se o
questionamento da atuação divina na criação das espécies. A idéia de criação era
substituída pela de evolução, regida pelo princípio da seleção natural. Nascia uma
polêmica que ainda não se encontra encerrada: evolucionistas e criacionistas
continuam a se enfrentar - com maior ou menos afinco - até os dias de hoje.

   No entanto, o episódio da leitura dos textos de Darwin e Wallace em 1858 é
importante não somente por antecipar a revolução evolucionista, mas também por
revelar um aspecto profundamente humano da produção do conhecimento científico.
De certo modo, a leitura aconteceu naquela data para garantir a Darwin - que há 20
anos elaborava o evolucionismo - o papel de protagonista na formulação dessa teoria.

Descoberta de Wallace

Em fevereiro de 1858, durante uma jornada de pesquisa nas ilhas Molucas, Indonésia,
Wallace descobriu a seleção natural e passou suas idéias para o papel. A seguir,
resolveu enviar o manuscrito de sua descoberta para Darwin, naturalista a quem
admirava e com quem já havia trocado correspondência. Juntamente com esse texto,
seguia uma carta pessoal em que ele pedia ao colega uma avaliação do mérito de sua
teoria, bem como o encaminhamento da tese ao geólogo Charles Lyell, um
proeminente cientista da época.

Para Darwin, tratava-se de uma surpresa nada agradável. Wallace lhe apresentava
uma teoria praticamente idêntica àquela em que o próprio Darwin vinha trabalhando
há duas décadas, com grande sigilo, pois estava certo do potencial de polêmica e até
de escândalo que ela trazia em si embutida. Desse modo, Darwin passava pelo pior
pesadelo de um cientista, a de ter perdido a precedência no descobrimento. Afinal,
para a ciência, não importa que Darwin estivesse trabalhando durante 20 anos: o
crédito da descoberta seria de quem a publicasse primeiro.

"Toda a minha originalidade será esmagada", escreveu Darwin numa carta a seu
amigo Charles Lyell. Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph
Hooker - também amigo de Darwin, além de homem influente no mundo científico -
propuseram que os trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Sociedade
Lineana, o mais importante centro de estudos de história natural da Grã-Bretanha,
como aconteceu a 1º de julho.

Originalidade darwiniana
Vale a pena registrar que os dois estudiosos não puderam comparecer ao prédio da
Sociedade, em Burlington House, Piccadilly, no centro de Londres. Darwin acabara de
perder seu filho mais novo, que morrera de escarlatina dois dias antes. Já Wallace
continuava suas pesquisas, agora na Nova Guiné, e até então não tinha sequer
recebido uma resposta à carta que enviara a Darwin. Isso só aconteceria alguns cerca
de três meses mais tarde, período que uma correspondência levava para chegar da
capital do Império britânico à Oceania.

É importante ressaltar que não faltam documentos ou provas de que Darwin fez a sua
descoberta antes de receber as informações de Wallace. Tudo, por incrível que pareça,
não passou de uma imensa coincidência ("Nunca vi coincidência tão impressionante",
disse Darwin na carta que enviou a Lyell). Portando-se como legítimo cavalheiro
britânico, Darwin dividiu as honras da descoberta com Wallace que, por sua vez, lhe
cedeu a primazia na publicação de "Origem das Espécies".

A história, porém, não foi tão gentil com Alfred Russel Wallace: poucos sabem quem
ele é hoje em dia, ao passo que o nome de Darwin se tornou célebre como o de um
dos maiores cientistas de todos os tempos. 2009 será comemorado como "ano de
Darwin" para lembrar o bicentenário de nascimento do naturalista, assim como os 150
anos de publicação de sua obra fundamental.

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