Função Renal
Função glomerular: Controle da volemia, hormônios (eritropoetina, renina, calcitriol)
O fluxo sanguíneo renal representa 25% do débito cardíaco. Ou seja, muito sangue passa pelos rins, mas nem tudo vira urina.
Os rins são órgãos bastante pequenos, sendo que a quantidade de filtração de sangue que ele realiza é proporcionalmente grande.
Os néfrons corticais produzem uma urina menos concentrada.
Caminho nos rins:
- Glomérulo
- Túbulo contorcido proximal
- Parte reta do TCP
- Ramo descendente delgado da alça de Henle
- Ramo ascendente delgado da alça de Henle
- Ramo ascendente espesso da alça de Henle
- Túbulo contorcido distal - Mácula densa
- Túbulo contorcido distal
- Túbulo conector
- Ducto coletor cortical
- Ducto coletor medular externo
- Ducto coletor medular interno
O néfron apresenta dois leitos capilares dispostos em série:
i. Capilares glomerulares: entre duas arteríolas ( maior pressão: 45-55 mmHg)
ii. Capilares peritubulares: entre arteríola e vênula (menor pressão: 10-15 mmHg)
No corpúsculo renal (com capilares fenestrados), o sangue chega pela arteríola aferente, uma parte passa pelos podócitos (vai para o lúmen da cápsula de Bowman) e em seguida vai para os túbulos proximais.
As proteínas não passam pelos podócitos, pois são grandes e tem carga negativa. Assim, o sangue passa sem proteínas e sem células.
Para que a água saia do capilar e vá ao espaço de Bowman, ela não passa pelos podócitos (passa entre os podócitos). Os pés dos processos dos podócitos formam a barreira de filtração juntamente com a lâmina basal (barreira para a filtração de proteínas), com a ajuda de sua carga negativa (das glicoproteínas, da membrana basal e podócitos).
Quanto maior a molécula for, mais difícil a filtração. Moléculas com carga positiva são atraídas mais facilmente.
Filtração glomerular - forças de Starling
- Pressão hidrostática - há a do capilar (pH) e da cápsula de Bowman de volta para o capilar - pI
- Pressão coloidosmótica - de proteína (pCaps) no capilar (especialmente das proteínas: "únicas que ficam")
Se a soma da pressão hidrostática (do capilar), com a hidrostática da cápsula de Bowman e da pressão coloidosmótica for positiva, haverá filtração.
Componentes da força de Starling | Influência na filtração | Causas |
Baixa da pressão coloidosmótica | Aumento | Diminuição das proteínas plasmáticas |
Aumento da pressão capsular | Diminuição | Obstrução urinária |
Baixa da pressão h capsular | Diminuição | Dim. Da PA, da RE, aume. Da RA |
É importante diferenciar os processos que ocorrem no rim
1. Processo de filtração
2. Reabsorção
3. Secreção (túbulo)
4. Excreção
A diferenciação entre a filtração e a secreção se dá pela seleção realizada na filtração, que é pouca, mas impedindo a passagem de proteínas e moléculas grande. Enquanto que a seleção ocorre com alta seleção através de transportadores.
S + R - F = E
Fluxo sanguíneo renal: quantidade de sangue que chega ao órgão/tempo (1250mL/min)
Fluxo plasmático renal: quantidade de plasma que chega ao órgão/tempo (750mL/min)
Taxa de filtração glomerular: quantidade de plasma que é filtrada/tempo (125mL/min)
Nós filtramos cerca de 180 litros de urina por dia
O rim tem dois mecanismos de autorregulação por não perder muitos líquidos quando a pressão aumenta. Ase a pressão do vaso aumenta, o vaso se distende mas logo em seguida ele se contrai para manter o fluxo sanguíneo (esse é o mecanismo miogênico). Outro mecanismo é o túbulo-glomerular, através de feedback - Se a pressão subir, mais sangue será filtrado e terá mais líquido no túbulo, assim como na mácula densa. Então, a mácula envia sinais para contrair a arteríola aferente, diminuindo a chegada de sangue.
Depuração ou clearance: quantidade de plasma que ficará livre de uma substância
Q chega = Q Sai
Concentração no plasma x Quantidade de plasma (FPR - fluxo plasmático renal) = Concentração na urina x Fluxo urinário
FPR= (concentração na urina) x Fluxo urinário/Concentração no plasma
Se a substância for toda filtrada e não secretada, temos certeza que ela passou por reabsorção. Assim, o FPR da fórmula pode ser o TFG (taxa de filtração glomerular)
Se o paciente tiver insuficiência renal, a creatina seria mais secretada, a insulina não. Pois a creatina pode ser um pouco secretada, enquanto a insulina será apenas filtrada.
Não entendi muito esse final, vou rever no Guyton e depois reescrevo aqui.
Processamento tubular
Para uma substância ser secretada, ela tem que sair da arteríola e ir para o túbulo. Para ser reabsorvida tem que acontecer o contrário: sair do túbulo de volta para a arteríola. O que não for reabsorvido será secretado.
Atenção na posição do transportador nos túbulos. Se ele estiver na superfície apical, a relação é com o lúmen, já se estiver próximo à superfície basolateral, tem relação com o capilar. Lembrando que estamos falando da célula tubular, mas esses conceitos de apical e basolateral se aplicam a toda fisiologia/histologia.
No túbulo contorcido proximal, cerca de 65% da água filtrada é reabsorvida, sendo uma reabsorção isosmótica, ou seja, com a mesma osmolaridade ao longo da reabsorção. Várias outras moléculas também são reabsorvidas (sódio, glicose e aminoácidos).
Para a água ser reabsorvida, ela precisa de um "transportador" as aquaporinas, nesse caso a AQP-1, que não depende de ADH.
O sódio entra por cotransporte com a glicose, com aminoácidos e por contratransporte (NHE) com o H+. Como o sódio é positivo, sua entrada deixa a parede do lúmen com uma carga negativa, o que facilita a reabsorção dos outros íons.
O soro caseiro trabalha com o cotransporte de sódio-glicose (SGLT) no intestino
O TCP tem SGLT1 (na porção final ou S2) e SGLT2 (na porção inicial, representando maior parte da absorção, essa porção também é conhecida como S1)
Limiar de transporte da glicose: Grau de saturação da glicose - quanto o transportador fica saturado, a glicose vai ser secretado (glicosúria) (página 345 do Guyton)
Os medicamentos canaglifozina e dapaglifozina bloqueiam o SGLT, aumentando a excreção de glicose, mas a pessoa pode ter aumento de infecção urinária por bactérias ou fungos, diurese, sede, queda de pressão e desidratação.
Alça de Henle - Ascendente
Observar que o potássio pode sair para o lúmen ou par ao interstício. Quando vai para o lúmen, ele desequilibra as cargas elétricas, deixando o lúmen com uma carga elétrica relativa positiva, que empurra íons positivos pela difusão paracelular.
Se o paciente tiver insuficiência renal, a creatina seria mais secretada, a insulina não. Pois a creatina pode ser um pouco secretada, enquanto a insulina será apenas filtrada.
Não entendi muito esse final, vou rever no Guyton e depois reescrevo aqui.
Processamento tubular
Para uma substância ser secretada, ela tem que sair da arteríola e ir para o túbulo. Para ser reabsorvida tem que acontecer o contrário: sair do túbulo de volta para a arteríola. O que não for reabsorvido será secretado.
Atenção na posição do transportador nos túbulos. Se ele estiver na superfície apical, a relação é com o lúmen, já se estiver próximo à superfície basolateral, tem relação com o capilar. Lembrando que estamos falando da célula tubular, mas esses conceitos de apical e basolateral se aplicam a toda fisiologia/histologia.
No túbulo contorcido proximal, cerca de 65% da água filtrada é reabsorvida, sendo uma reabsorção isosmótica, ou seja, com a mesma osmolaridade ao longo da reabsorção. Várias outras moléculas também são reabsorvidas (sódio, glicose e aminoácidos).
Para a água ser reabsorvida, ela precisa de um "transportador" as aquaporinas, nesse caso a AQP-1, que não depende de ADH.
O sódio entra por cotransporte com a glicose, com aminoácidos e por contratransporte (NHE) com o H+. Como o sódio é positivo, sua entrada deixa a parede do lúmen com uma carga negativa, o que facilita a reabsorção dos outros íons.
O soro caseiro trabalha com o cotransporte de sódio-glicose (SGLT) no intestino
O TCP tem SGLT1 (na porção final ou S2) e SGLT2 (na porção inicial, representando maior parte da absorção, essa porção também é conhecida como S1)
Limiar de transporte da glicose: Grau de saturação da glicose - quanto o transportador fica saturado, a glicose vai ser secretado (glicosúria) (página 345 do Guyton)
Os medicamentos canaglifozina e dapaglifozina bloqueiam o SGLT, aumentando a excreção de glicose, mas a pessoa pode ter aumento de infecção urinária por bactérias ou fungos, diurese, sede, queda de pressão e desidratação.
Alça de Henle - Ascendente
Imagem que retirei da internet que fala sobre a reabsorção na Alça de Henle. |
Desenho que fiz baseado no que escrevi na aula |
Os diuréticos de alça bloqueiam o NKCC (diminuindo a hiperosmolaridade das células), assim, eles abaixam a hipertonicidade da medula. Lembrem, contudo, que a água ainda pode ser reabsorvida no túbulo contorcido proximal.
Para absorvermos água precisamos de 2 portas: As aquaporinas ou a força osmótica.
Túbulo contorcido distal
No túbulo contorcido distal há as bombas de sódio e cloro no lúmen. Há diuréticos que bloqueiam estes canais (não interfere na concentração de potássio).
Também tem canais de Na+ (ENAC) e K+ (ROMK) no lúmen que ficam basicamente abertos. Na superfície basal, há a bomba Na+/K+. Se a atividade dessa bomba aumenta, mais potássio estará na célula, aumentando a secreção de sódio.
O ENAC é sensível a aldosterona (aumenta o efeito)
Túbulo Coletor
Há reabsorção de água no túbulo coletor. O ADH em baixa concentração aumenta a reabsorção de água (AQP)(receptores V2) e em alta concentração também faz vasoconstrição.
ADH > V2 > Proteína G> AC > AMPc > PKA > AQP2 (lúmen) e AQP3 (interstício)
Diuréticos:
- Amilorida: bloqueia ENAC
- Espironolactona: Antagonista da aldosterona
O Ducto coletor medular é parecido com o túbulo.
Regulação do volume e osmolaridade (Equilíbrio hídrico e eletrolítico)
A regulação do volume e da osmolaridade do líquido extracelular exige a excreção de solutos e água em intensidades variáveis.
Diversos mecanismos estão envolvidos nesse controle.
Um líquido será isosmótico quando tiver aproximadamente 300 mOsm, que é a osmolaridade do plasma).
O álcool inibe a secreção de ADH.
A regulação da reabsorção de água pode ser feito no túbulo distal, mesmo que no proximal e na alça descendente de Henle também possamos absorver água. O que varia é a regulação.
Algumas regiões do nosso cérebro não são protegidas pela barreira hemato-encefálica (órgão vascular da lâmina terminal e órgão subfornical ). Essas áreas apresentam osmorreceptores, que regula a tonicidade do fluido extracelular.
O ADH (vasopressina) é produzido no hipotálamo e secretado na neuro-hipófise.
Receptores V1 > Vasoconstrição > MS liso vascular
Receptores V2 > Aumento da reabsorção de água no túbulo coletor e ducto coletores (aumenta a reabsorção de NaCl na alça de Henle e de ureia no ducto coletor.
O rim gera uma urina concentrada através da excreção de solutos e reabsorção aumentada de água. Para produzirmos uma urina mais concentrada, precisamos ter altos níveis de ADH e alta osmolaridade do líquido intersticial (medula renal hiperosmótica - mecanismo de contracorrente)
Mecanismo de contracorrente
Quando o líquido chega na alça de Henle, ele está isosmótico em relação ao plasma, pois a absorção no TCP é isosmótica. No ramo ascendente da alça de Henle, a bomba NKCC deixa a medula hiperosmótico e o líquido mais diluído. Assim, o líquido da alça de Henle descendente estará hiposmótico e poderá se difundir para a medula, aumentando a tonicidade do líquido que vai para a alça ascendente e novamente pelo NKCC.
Isso ocorre repetidamente até que o líquido na alça descendente vai ficando mais concentrado e o líquido descendente mais diluído. Isso até que o descendente "fique" em equilíbrio com a medula renal.
A ureia é filtrada e pode ser um pouco reabsorvida na alça descendente. A ureia é reabsorvida (UT-A1 e 3) > Aumenta a osmolaridade da medula. O ADH também estimula os transportadores de ureia, que passa por difusão para a medula, aumentando sua hiperosmolaridade. Essa ureia pode ser secretada na alça de Henle e vai re-circular.
A medula densa identifica a falta de sódio e libera a renina que aumenta a expressão dos ENACS.
Aspectos básicos do exame de urina
A urina vai ter água e solutos, contendo ureia e creatinina, com um pouco de ácido úrico, íons bicarbonato, íons potássio, íons sódio e íons cloreto.
Quem dá o cheiro da urina é a amônia, que é volátil.
Na prática podemos observar a taxa de filtração glomerular, a avaliação da função tubular, evidências de lesões e acompanhamento de distúrbios não renais.
Coleta: pote estéril; Amostra: no início da manhã.
Partes do exame: cor, odor, densidade... (análise física); pH, ureia, creatinina, glicose (análise clínica) e hemácias, leucócitos (algum tipo de análise).
O sangue vermelho pode ser ocasionado por uma hematúria, hemoglobinúria e/ou mioglobinúria.
Densidade normal: entre 1,010 e 1,023
Odor normal: sui generis
Volume normal: entre 600 e 2000mL
Poliúria: acima de 2000mL
Oligúria: abaixo de 500 mL
pH normal: entre 4,5 e 8
Para uma grande quantidade de proteínas na urina dá-se o nome de proteinúria.
As proteínas são pouco filtradas. Assim, se houve grande quantidade de proteína no sangue, é possível identificar algum problema na FG.
Também há a proteinúria de baixo: problema no túbulo contorcido proximal (algumas proteínas são filtradas e devem ser reabsorvidas pelo TCP).
Albumina: praticamente não é filtrada
Bilirrubina: em geral, a concentração é baixo. Uma bilirrubinúria pode ser indicação de obstrução biliar ou doença hepática.
Nitrito: presença de bactérias, mesmo que assintomático.
Medidas da TFG
Inulina, contraste - exógena
Creatinina - endógena (em média 15% maior que inulina, nas insuficiência renal pode ser o dobro)
Urina de 24 horas
Eritrócitos:
Hematúria - microscopia (>3 por campo ou 10.000/mL)
No microscópio, é possível observar se é uma hemácia glomerular (bem deformada pelo espaço pequeno caminho grande) ou não glomerular (inteira).
Leucocitúria: (>10 por campo ou 20.000/mL)
Processos inflamatórios (não necessariamente infecção) - Não é possível estabelecer a localização.
A urina vai ter água e solutos, contendo ureia e creatinina, com um pouco de ácido úrico, íons bicarbonato, íons potássio, íons sódio e íons cloreto.
Quem dá o cheiro da urina é a amônia, que é volátil.
Na prática podemos observar a taxa de filtração glomerular, a avaliação da função tubular, evidências de lesões e acompanhamento de distúrbios não renais.
Coleta: pote estéril; Amostra: no início da manhã.
Partes do exame: cor, odor, densidade... (análise física); pH, ureia, creatinina, glicose (análise clínica) e hemácias, leucócitos (algum tipo de análise).
O sangue vermelho pode ser ocasionado por uma hematúria, hemoglobinúria e/ou mioglobinúria.
Densidade normal: entre 1,010 e 1,023
Odor normal: sui generis
Volume normal: entre 600 e 2000mL
Poliúria: acima de 2000mL
Oligúria: abaixo de 500 mL
pH normal: entre 4,5 e 8
Para uma grande quantidade de proteínas na urina dá-se o nome de proteinúria.
As proteínas são pouco filtradas. Assim, se houve grande quantidade de proteína no sangue, é possível identificar algum problema na FG.
Também há a proteinúria de baixo: problema no túbulo contorcido proximal (algumas proteínas são filtradas e devem ser reabsorvidas pelo TCP).
Albumina: praticamente não é filtrada
Bilirrubina: em geral, a concentração é baixo. Uma bilirrubinúria pode ser indicação de obstrução biliar ou doença hepática.
Nitrito: presença de bactérias, mesmo que assintomático.
Medidas da TFG
Inulina, contraste - exógena
Creatinina - endógena (em média 15% maior que inulina, nas insuficiência renal pode ser o dobro)
Urina de 24 horas
Eritrócitos:
Hematúria - microscopia (>3 por campo ou 10.000/mL)
No microscópio, é possível observar se é uma hemácia glomerular (bem deformada pelo espaço pequeno caminho grande) ou não glomerular (inteira).
Leucocitúria: (>10 por campo ou 20.000/mL)
Processos inflamatórios (não necessariamente infecção) - Não é possível estabelecer a localização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário