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Confesso

Confesso

Meu robô organizou
Todo o ano planejou
Ah, meses perfeitos!
Pois ele metodizou
Não o que vem do peito
Mas o que vem da mente:
Aprendizado reluzente.

Confesso que falhei
Do caminho desviei
Mas quem dera
Se eu sempre errasse assim
Pois aqui eu encontrei
O que realmente vem de mim
E o que antes guardara
Agora eu gritei.

Ninguém ouviu!

Confesso que não sei
Pois isso não planejei
Mas agora quando acordo
Não sei se vivi ou sonhei
Pois é num cinema mudo
Que gritei pra todo mundo
Que eu me apaixonei.

Ninguém ouviu!

Mas foi detrás da produção
Sem nenhuma encenação
Que eu cego fiquei
Cego e mudo, pensei
Pois toda a luz que eu tinha
Era da lua que vinha
Mas um muro agora a detinha.

Confesso que não sei
O caminho que prossigo
Mas se é para ver a lua
Continuarei caindo
Até o anjo aparecer.

-

Como posso gritar em um cinema mudo?
Como podem me entender se não sei atuar?
Quantos fios existem para me derrubar mesmo sem nada eu ver?
Mas quero continuar até atingir o mar e o luar;
Quero ver a lua nascer
Pois é nesse encontro no horizonte
Que vejo matemática pura
É onde os infinitos se tocam
E a lua e o mar se abraçam.

-Jonatas Carlos, 20.08.2016

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