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Respostas sem respostas e o reencontro com as perguntas

                              



― Pai, por que eu nasci?  pergunta a filha, pensativa. 

― Ué filha, porque é assim que é a vida. Um dia você também terá seus filhos – responde o pai, solícito. 

― Mas pai, por que a vida é assim?

― Porque ela simplesmente é assim, não há explicação! 
― Mas pai, se não há explicação, existimos por quê? 
― Filha, existimos pronto e acabou! 
― Você não é curioso pai? 
― Não ligo para essas coisas.
― Mas não acha que vivemos praticamente como robôs se não nos questionarmos de vez em quando?  
― Meu Deus! Aonde quer chegar com essas perguntas? – diz o pai, estupefato. 

― Só queria tentar encontrar as respostas dessas respostas sem respostas...



Concebi esse breve diálogo a fim de refletirmos como agimos perante esse oceano de informação que o mundo nos oferta diariamente. E comumente, essas informações são constituídas de respostas prontas. Seja através da publicidade, da religião, da política, da cultura. Somos inundados de ideias, de crenças, de tradições, de costumes, de hábitos, etc. E quase sempre nos acomodamos a essas respostas já pré-constituídas. E por quê? 

Voltando à pergunta do professor de filosofia e história geral Pablo Carneiro (citada no tema 'O mito da caverna'): ''Será que é uma pré-disposição ao engano ou puro comodismo?''. 

De qualquer forma, a questão é por que aceitamos as respostas da forma pela qual aceitamos, com tamanha facilidade? Será que o âmbito em que crescemos cristalizou em nós essa tendência, em vista dos mais velhos colocarem como 'verdades últimas' seus limitados conhecimentos, ensinando-nos assim  mesmo que inconscientemente, a nós e a eles , talvez pela ternura, pela confiança, a assimilarmos tal ou qual ideia sob a perspectiva da mais real veracidade? E assim, formamos gradualmente uma espécie de auto-consonância, em relação à contígua aptidão de adaptação a esse mecanismo contínuo, inconsciente ou não, de aceitação do comportamento de aceitar sem hesitar a aceitação mediante a ideia que lhe é imposta.

Mas ainda tendo a acreditar que essa tendência possa estar mais adstrita -- ainda enleado com a acima --, por uma espécie de fobia por quebras de paradigmas mentais. Seja por uma perturbação oriunda da ideia de mudanças de conceitos, concepções, tendo em vista ainda a influência religiosa, familiar, ou ainda a própria influência, em vista do orgulho. Seja por uma demasiada indolência constituída em boa parte através do cotidiano, em termos de curiosidade. Para simplificar, relembro e modifico um pouco o termo usado por Descartes: ''a curiosidade de si e do mundo é tão sobejamente intrínseca a todos, pois quase ninguém deseja mais do que têm'', quando têm.
Enfim, não foco aqui na causa, mas na remediação desse reflexo condicionado. Também não alvitro aqui uma teimosia diante de tudo o que foi absorvido durante a existência, em todos as áreas. Mas apenas uma reflexão sobre o ato de se adaptar mecanicamente às respostas, olvidando comumente, as perguntas. 
É demasiado necessário a reformulação das perguntas durante o decorrer do tempo, em todos os aspectos existenciais. Platão disse: ''Uma vida não questionada, não merece ser vivida''. 
O exímio físico Albert Einstein dizia que a curiosidade é mais relevante do que o conhecimento, pois a primeira incita ao segundo.
Se questionar consuetudinariamente à cerca de si mesmo e do mundo não é ser niilista, e nem cético, em sentido absoluto. É ter a capacidade de se modelar sempre, de se renovar sempre, de estar aberto ao novo, ao mistério, sem preconceito, nem convenções. É viver admirando-se consigo e com as circunstâncias. É viver feliz! Livre!
A razão não está com aquele que não se isenta da circunscrição da própria racionalidade, mas com aquele que vê na própria razão uma necessidade contínua de uma flexibilidade a fim da racionalidade não transformar-se, em razão fora da razão, uma racionalidade irracional. 



A partir do momento que você começa estudar filosofia, superficialmente que seja, vai se reencontrando com as perguntas, reformulando-as sem cessar, conforme mais se aprofunda. E compreende que o que importa de fato, não são as respostas; elas têm uma certa importância significativa. No entanto, são as perguntas, incessantes e renascidas, que gera a força propulsora a fim de alcançar um sentido maior, e uma alegria inexplicável, para a própria existência.

Encerro aconselhando-vos a agir como o célere e antigo filósofo chinês Confúcio, que ''não procurava saber as respostas, mas compreender as perguntas''.

Boa reflexão.  

Vi no blog: http://amorasophiatuliorocha.blogspot.com.br/




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