O diálogo entre Platão e o jovem do século XXI
É inegável a potencialidade de transformação e o
conhecimento que a leitura traz, fato que se evidencia na frase do filósofo
René Descartes que afirmou que ler é como conversar com as melhores mentes do
passado. Essa prática, no entanto, vem sofrendo sérias supressões a partir do
modelo de vida contemporâneo e quando existe é, muitas vezes, uma leitura
supérflua.
Primeiramente, é
válido considerar as mudanças sociais que a globalização e a revolução
tecnológica causaram para a leitura. Uma vez que a rápida modernização criou um
mundo acelerado, instantâneo e, contraditoriamente, uma sociedade sem tempo.
Diante dessa maciça informação e raríssima reflexão, os tempos líquidos de
Bauman tornam-se realidade e atividades que merecem certa atenção e meditação,
como a leitura, foram deixadas de lado.
Contudo, vale lembrar
ainda que nem mesmo aqueles que ainda leem estão isentos de problemas. Nessa
perspectiva, é válido considerar que a 2ª geração romântica ficou conhecida
como a “mal-do-século” por conta de seu ultra romantismo, fantasias e
sentimentalismo. Desse modo, é preocupante o fato de que muitos entre os poucos
leitores brasileiros, leem apenas contos românticos e conteúdos com escassez de
bases sólidas de conhecimento, crítica e realidade.
Observa-se, portanto, que o degradante cenário da leitura
brasileira se dá a partir de processos sociais, geográficos e inaptidão dos
leitores. Sendo assim, cabe ao governo o incentivo à leitura através da criação
de bibliotecas públicas, expansão de projetos como as bibliotecas móveis e,
concomitantemente, ações educativas através da mídia. Ademais, cabe aos pais e
professores direcionar os mais jovens para um caminho de leituras
culturalmente ricas e virtuosas. Dessa maneira, no mundo dos avanços
tecnológicos, será ampliado até mesmo o diálogo entre os séculos.
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