Cultura do Assédio

Liberdade Limitada

          É considerado assédio todo ato de impertinência e insistência que visa conseguir algo de algum indivíduo. Existem diversos tipos de assédio, no entanto, os mais notórios são o assédio moral e assédio sexual. Percebe-se que há no Brasil uma cultura relacionada ao assédio sexual, que tem como principal vítima a mulher.

            Segundo a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi, a cultura faz o povo e o povo faz a cultura. Por isso, é preciso lembrar que durante séculos a sociedade brasileira foi majoritariamente patriarcal. Mesmo que tenham ocorrido grandes avanços para os direitos femininos durante os séculos XX e XXI, ainda hoje, a sociedade brasileira carrega traços patriarcais e machistas. Em virtude disso, é comum que mulheres sofram assédio, porque ainda há homens que acreditam poder subjugá-las.

           O assédio é um fator limitador da liberdade. De acordo com uma pesquisa feita, 90% das mulheres trocam de roupa por medo do assédio. Além disso, é comum que mulheres prefiram não sair à noite sozinhas, em virtude do medo do assédio e da violência sexual. O que poucos percebem é que além de causar medo, constrangimento e insegurança as mulheres, o assédio sexual passa por cima de direitos garantidos na constituição, como é o caso do direito de ir e vir.

     É preciso, portanto, que haja plena igualdade entre os gêneros. Como disse Chimamanda, o povo faz a cultura, portanto, é preciso que a mudança ocorra no povo. Para isso, a mídia poderia criar propagandas com intuito de expor os malefícios e indicar as medidas a serem tomadas em casos de assédios. As escolas, que são o berço da cidadania, precisam passar aos alunos desde cedo noções de igualdade entre os gêneros. Desse modo a sociedade será mais igualitária.