Virtudes Invertidas
A cultura
pode ser definida como o conjunto de valores e costumes de uma sociedade. Nesta
perspectiva, Karl Marx defendia que o homem ao ser inserido em determinado meio
era transformado por suas características. Sendo assim, em uma sociedade onde o
assédio é até mesmo citado como cultura, é conspícuo que este é um problema de
ética nacional.
Nesse
viés, o sociólogo Michel Foucault explicou bem essa relação de poder e
dominância. Segundo ele, o homem busca o poder através do discurso e quando o
alcança, projeta todos os métodos possíveis para manter-se nele. Assim,
tornou-se até comum o assédio físico e moral dos que detêm o poder sobre os demais,
seja no âmbito familiar, empresarial ou em qualquer meio social onde exista uma
hierarquia.
Neste
contexto, o Brasil chama atenção para o caso de assédios contra a mulher. Neste
quesito, tal problema é uma herança histórica. Desde a primeira república, em
Atenas – que tinha em um de seus princípio a isegoria-, as mulheres tinham
pouquíssimos direitos. Infelizmente, esta sociedade patriarcal foi perpetuada e
é mantida até os dias atuais, colocando a mulher como uma figura inferior e a
transformando em objeto de consumo.
Observa-se,
portanto, que a relação de poder e o assédio são problemas intrínsecos a sociedade
que necessitam serem controlados. Para isso, a mídia, como meio de comunicação
em massa, pode funcionar com incentivadora de denúncias, uma vez que muitos
assediados tem medo de denunciar. Assim como também, em consonância, a família
e a escola devem trabalhar, desde cedo com as crianças, o conceito de respeito
e igualdade, para que sejam essas as virtudes perpetuadas.
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