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A morte da crítica?


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 Uma geração mimada que recebe crítica como um ataque pessoa. Parece já ser possível observar as tendências intelectuais da geração Z. Nascidos em um mundo sem grandes guerras mundiais, sem guerras civis, sem revoluções e sem grandes participações políticas, essa nova geração nasceu no meio de uma grande estabilidade, tanto política quanto econômica, e isso gera influências diretas no modo de pensar dessa malta.

Além disso, a geração Z é ainda mais marcada pelo surgimento da internet. Eles já não sabem ser pacientes, a espera se tornou obsoleta. Se não for imediato, o stress é uma realidade. Se não for do mais novo e recente, está fora de moda e ultrapassado. Se não for divulgado e todos das redes sociais verem, parece não existir, os likes fazem-se necessários para uma viagem, um relacionamento ou uma simples alimentação. Poucas curtidas? Motivo de preocupação. Sem sinal ou Wi-fi? Grande desespero, fim do mundo! O que farei agora? dependo disso. Na verdade, parece que esse novo grande facilitador - a internet - veio para transformar ações banais do dia-a-dia em intermédio para imensos problemas, se não tiver o elemento Z.

Vale lembrar ainda da nossa grande e querida arte. Dizem por aí que não é o homem que cria a arte, mas a arte que tem o potencial de refletir o homem e o social. Se assim, observa-se então a gravidade em que se encontra a humanidade. A arte tornou-se abstração sem sentido, e é "cult" quem curti-la e compartilha-la. Concordo que a abstração sempre, em  certas medidas, fez parte da arte, mas era uma abstração inteligente que no fundo mostrava algo, falava, gritava e expressava a visão do mundo do artista, para um bom observador. Hoje, no entanto, a abstração faz-se nela mesma, tornando-se inútil e barata. A música tornou-se uma mistura aleatória de sons, sendo carregados por vozes robóticas e computadorizadas.

O problema, no enanto, que me proponho a escrever aqui é um dos resultados desse novo estilo de vida: a sensibilidade à crítica. O que os artistas criam ou aquilo que é publicamente postado nas redes sociais é a obra pronta de opinião de seus autores e parecem, na cabeça deles, carregar uma verdade pronta, o resultado perfeito, que não pode ser criticado. A internet, nesse caso, tornou-se um polarizador de opiniões, não de ideias. Não se argumenta, não se pensa, não se discute, apenas é regurgitado palavras e opiniões que são repetidas pelos seus emissores sem serem pensadas. A ignorância - que é o desprezo pelo saber - tornou-se comum e reina em "debates".

Essa geração esqueceu, no entanto, que criticar uma música, uma ideia, uma comida, um filme, uma pintura é algo natural e que deveria ser aceito como um meio para o aperfeiçoamento do que está sendo feito. Contudo, hoje as pessoas estão tão presas às suas ideias ou obras que criticar estas últimas soa como uma crítica aos seus autores. Criticar uma ideia não é criticar o seu idealizador, mas um meio de apontar os possíveis erros que a [ideia] carrega. Desse modo, nem o crítico detêm a verdade, nem o autor, mas ambos terão que desenvolver o trabalho de parar para pensar e analisar a obra. O crítico, para criticar, e o criticado para meditar na crítica e buscar entendê-la e, quando no caso, refutá-la. Pois, obviamente, o criticado também tem o total direito de defesa, através de [argumentos].

Parece que essa é a famosa Geração Coca-Cola de Renato Russo, são mesquinhos, cheia de manhas e mimos - e eu me incluo, por ser desta geração - e não sabem ouvir uma crítica e tentar aprender algo com ela. É a geração que se prende às ideias que carrega como se carregassem algo imutável que deve ser defendida com unhas e dentes, mas não com a razão.

Acredito fielmente que esse novo estilo de vida possa explicar uma série de problemas morais e políticos que existem no Brasil de hoje. Problemas estes que são extremamente combatidos pelos grandes guerrilheiros dos teclados. É assim que o povo segue nessa inércia, que carrega uma aparência de uma população ativa. Eles não querem ser criticados, não querem mudar e não querem ter esforço algum. A geração que cresceu criticando o controle e inutilidade da TV é a mesma que passa horas navegando na internet e sendo silenciosamente controlada pelos algoritmos da rede e vendo as mesmas inutilidades da geração anterior. O problema não é o sistema, é o povo.

Bem, vivamos e que possamos carregar uma grande onda de pessoas que pensam igualmente a nós, pescados na visível rede de algoritmos. Conquistaremos curtidas e morreremos em paz. O mundo? Aquele que pensa contrário a mim? Dane-se, ele não existirá. Tomará um "block".

Por fim, espero que entendam os pontos de ironia que seguem com este texto. E claro, estou sempre disposto a receber suas críticas :)

 -Por Jonatas Carlos

Um comentário:

  1. Infelizmente é assim que as coisas estão funcionando, as pessoas não querem mais pensar, dizem que gasta muita energia.
    É muita informação e pouca absorção de ideias úteis.

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