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O Programa Minimalista



O programa minimalista






Resultante do modelo P&P, o programa minimalista de Chomsky marca a última versão do gerativismo. A proposta do minimalismo linguístico é a economia teórica, ou seja, sugere o uso de ferramentas teóricas que sejam realmente necessárias, ignorando tudo o que for dispensável. É o que diz Eduardo raposo na Apresentação da tradução de O Programa Minimalista (Chomsky, 1995):

Pelo contrário, o PM assenta crucialmente o modelo P&P, e parte dele para propor algumas questões novas que não poderiam, na realidade, ser concebidas fora desse modelo. De certa maneira, o PM é um conjunto de “orientações” guiadas pela ideia intuitiva de evitar a postulação de entidades teóricas que não sejam conceptualmente necessárias dentro da lógica da teoria (Raposo,1999: 15-16).

Na concepção de Chomsky, as línguas possuem um caráter biológico no sentido em que o ato de comunicar-se por palavras é algo inato à natureza humana. A capacidade de utilizar a linguagem dessa forma complexa se dá por meio do que Chomsky nomeou de sistema conceptual-intencional. Além disso, há outro termo muito importante: sistema articulatório-perceptual que se refere à capacidade de produção e recepção de manifestações linguísticas. Sendo assim, ambos os sistemas devem compor uma interface – aquilo que liga ou ponto em comum. Estes sistemas propõem “encargos”, caso as expressões linguísticas não atinjam o objetivo proposto, não serão consideradas “aceitáveis”. Cabe, portanto, ao programa minimalista estabelecer os requisitos para julgar se as expressões estão de acordo com o padrão da interface; é o que podemos perceber no trecho a seguir:

Para que possamos usar as línguas, então, é preciso que as expressões linguísticas satisfaçam algumas condições impostas por esses dois sistemas externos. Assim, a questão fundamental do PM é o estabelecimento da “medida” que permita a avaliação da “otimidade” das estruturas em satisfazer as condições impostas pelos sistemas externos. Em outras palavras, será considerada “boa”, “gramatical”, “aceitável, a estrutura que satisfizer inteiramente as condições das interfaces. (Introdução à linguística 123)

Dessa maneira, o programa minimalista se utiliza de regras gerais determinadas pelo uso – que considera os sistemas citados anteriormente –, com o número reduzido de ferramentas teóricas, priorizando assim, o conceito de interfaces. É possível corroborar essa ideia com o trecho do livro Introdução à linguística:
A aposta do PM é que estas condições gerais, oriundas do desempenho, sejam capazes de impor ao mecanismo computacional condições tais que ele funcione de maneira “ótima” e seja capaz de realizar tarefas das teorias do modelo de regência e ligação com maior economia, na medida em que não se precisa mais postular nada que não seja as interfaces: a sintaxe fica reduzida ao mínimo.  (123)

Em suma, o minimalismo de Noan Chomsky preza pela ideia de que a boa construção das estruturas linguísticas dependem apenas da sua adequação aos sistemas conceptual-intencional e articulatório-perceptual.






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