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Carta para meu amigo

      Olá, não queria estar nesse momento escrevendo esta carta, pois eu cogitava tal situação e sabia que só estaria a escrever caso houvesse tal acontecimento que pode entrar na categoria de trágico. Como seu velho amigo, eu não queria, mas digo, bem que te avisei!
    Jonatas, você mesmo acredita que por mais estranha ou diferente que uma pessoa seja, sempre haverá alguém como ela no mundo, que a entenderá. Amigo, desculpa, mas se como tu mesmo dizes que cada pessoa é um mundo, a probabilidade de tal fato acontecer é extremamente pequena, especialmente em pessoas como você. Não quero te colocar em uma posição alta ou baixa, já você mesmo odeia tais avaliações, mas você deve perceber que você não é como a maioria das pessoas, você é simplesmente diferente. Aqui não quero inferir problemas ou qualquer coisa do gênero, mas que talvez pelos fatores que fizeram você chegar até o que pensar hoje, você tornou-se assim. Não se nasce diferente, torna-se diferente.
     Eu tinha dito! Ah, que infeliz amigo sou eu que já fala isso pela segunda vez... Mas pense, acredito que você não encontrará alguém que possa te entender e conviver com as suas minúcias e idiotices. Elas não sabem como coisas fora do lugar realmente te perturbam, como o atraso te deixa nervoso, como a má educação te incomoda... Olha só, tanto o silêncio como a fala te incomoda em determinadas ocasiões... minúcias. Coitado! Fosses mexer com uma esfinge que trabalha com o tempo. Pior, uma esfinge que não queria ser vista, revelou-se, revelaste-se-á, e ela usou o tempo. Ela não sabia como a argumentação que você usava que o amor é entrega fazia tanto sentido na sua cabeça? Assim como muitas pessoas, ela simplesmente escutava tal argumentação e via apenas que fazia sentido, mas não como tais coisas se alinham em sua cabeça, caro amigo. Sim, o amor é entrega, e ela não se entregou. Tempo!
     Tempo, amigo. Vou almoçar e já volto a te escrever. Mas agora coloco-te na posição dela para ver como era fácil, o que para mim será um tempo de um almoço e de um diálogo, para você será apenas passar para o próximo parágrafo, como se tal intervalo não existisse.
    Voltei, como te disse, apenas mudasse o parágrafo e logo tem essas novas palavras, viu como é fácil apenas observar a espera do outro? Quando um não quer, dois não brigam. Quando um espera, o outro relaxa. Mas nesse período eu estava a pensar como não consigo expressar bem aquilo que eu queria dizer pelas palavras. 
    Digo, talvez você tenha tomado como ofensivo aquelas minhas últimas palavras sobre você ser diferente, ou talvez eu te avaliei demais dizendo que uma relação com você é impossível. Bem, o que eu queria dizer é você se apega aos mínimos detalhes das coisas que poucos notam e realmente dá importância a essas coisinhas. Não quero que você mude, pois isso é o que você é, mas apenas lhe digo que não fiz por mal. Ah, você sabe! É uma parte do seu cérebro quem te escreve (como poderia se considerar normal?)...
    E também não te culpo. Até eu me apaixonei, meu amigo. Nós nos apaixonamos pela mesma pessoa, e nesse estranho caso, não fazíamos um triângulo amoroso. Mas o amor parece ser coisa complicada, principalmente quando um não ama, que é não dar-se. 
    Pois bem, meu amigo, escrevo-te esta carta pois estava pensando em te falar algumas palavras. Confesso que eu tinha muitas outras coisas a te comunicar, mas essas ideias que vem nos momentos em que paramos para pensar somem tão rápido quanto a escassez desses momentos. Desculpe-me.
 O amor é, antes de tudo, uma emoção que depende da loucura. Ame e enlouqueça. Só amará se enlouquecer. Loucura que é não se importar com o que os outros pensam de ti, voar sem asas, pular sem paraquedas, dar-se sem querer de voltar, dançar sem música, estar a sós no meio da multidão... o amor. Eu a amei, portanto, a amo.

Com vinho, café amargo e carinho, seu amigo Mitgipkvsky Saktikós.

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