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Gup _ Cordel

Agora vou começar
Um cordel mal feito
Não por displicência
Pois dou-me por completo
E antes de me julgar
Deixe-me explicar
Que não sei é fazer direito.

E logo nesses primeiros
Se você esmiuçar
Sem colocar esforço
Vai logo é notar
Que entre essas rimas
Quase todas as palavras
Estão fora do lugar.

Desculpe, caro leitor
Não sei como começar
Assim como também não sei
O seu desenrolar
E o meu vizinho escroto
Ligou seu som maldito
Para me atrapalhar

Ah, querido leitor
Não visse o tempo passar
Apensar o verso mudou
Por não estar a esperar
Mas aqui eu estava aflito
Por nada ter escrito
Até o som deligar.

Agora sem mais delongas
Devo logo começar
Pois agora decidi
Do que eu vim falar
E é duma infeliz saída
Numa chuvosa segunda
com a menina do mar.

Já começou errado
Pois onde eu queria estar
Era no parque arruda
Mas pra me fazer esperar
Ela não quis ir
Sabendo o que iria vir
e tentando de matar...

Nada de drama aqui!
Matar, sim senhor
Pois se não morro doente
Já morro é de amor
Pois até na segunda opção
Ela também disse não
E logo logo cancelou.

No meio de tanto erro
Vejo que também errei
Pois só queria falar:
Aonde ela foi eu irei
Foi assim que "decidimos"
E numa noite de mimos
Nos teus braços fiquei.

Foi na segunda feira
Dia 5 de setembro
Que era de bica e cinema
Findou em dia macabro
Pois de recusa em recusa
Fomos pra praia com chuva
Cenas que bem me lembro:

Antes de vir a primeira
Deixe eu lhe situar
Pois nessa história
Queríamos nos encontrar
Como dois amigos estranhamos
Pois com todos os acanhos
Há é amor no ar.

Assim nessa história
Qualquer olhar conhecido
Que capture nós dois
Não sei nem como explico
É como um holofote
Ou um grito bem forte
No que estava escondido...

E tal ato aconteceu
Mas foi ainda pior
Teve pequeno diálogo
Onde tive que expor
Com pequena explicação
E recebi uma expressão...
"Acuda-me, ó Senhor!".

A segunda cena se deu
No meio da lotação
Foi besta, certeza
Mas se deu com a mão
Da jovem mais bela
Que nem pintada em tela
Mostraria tal perfeição.

Coisa de enamorada
Pois o que mesmo ficou
Foi uma besta dúvida
Que só na ideia morou
De segurar a mão dela
Da tão doce donzela
Mas o trajeto findou.

Linhas medíocres!
Que eu autor inventou
Pois falo-te logo
O que o cérebro notou
Era uma bobagem bela
Como uma cena de novela
Que o verso não passou.

Aviso-te atrasado
Meu querido leitor
Meus versos são pobres
Pois não sou escritor
Mas que pela Marinho
Esqueço-me todinho
Deixo até de ser Dr.

Voltando a história
Enfim chegamos na praia
Mas o acaso reservou
Não uma noite de sandália
E sim para cobertor
Pois do alto Deus gritou
Que todo céu agora caia.

Caia chuva ou fogo
Quereria era me molhar
'Que esse céu desabe
Pois eu não vou ligar'
Se eu ficasse onde estava
Ali até me ensopava
Mas com a menina do mar.

Mas dia de contrariação
É duro como rapadura
E se esfarela todo
E até sua doçura
Vira café sem açúcar
Que vem para amargurar
Toda e qualquer criatura.

Caia chuva ou fogo
Eu queria era ficar
A noite toda abraçado
Com a rainha do esperar
Mas se o tempo foi contra
O que tive foi uma amostra
Grátis pra logo aproveitar.

Ah! Que noite maluca
Pois foi toda ela assim
Um corre corre da chuva
Mas com ela outrossim
Correria o tempo todo
Se fôssemos lado a lado
Juntinhos até o fim.

Não sei se é de cordel
O que quero contar
Mas vai assim mesmo
Pois onde eu queria estar
Ela ali abraçadinho
Com a menina Marinho
Até o mar secar.

Mas então, como seria
Viver naquele barraco
No meio daquela praia?
Fico em qualquer buraco
Se estiveres ao meu lado
Com teu amor bem guardado
Moro em qualquer pedaço,

Pois a minha cabeça
Funciona como uma vitrola
Que onde quer que eu esteja
Toca aqui toda hora
Seja no verso
Ou no reveso
Sempre uma tal de Carola.

Sim, queria mocinha
Estou indo amar-te
E carrego meu coração
Assim sempre vou levar-te
Não importa o que vou fazer
Seja onde eu estiver
Até no meio de marte.

Tenho que voltar a praia...
Pois os beijos que nela dei
Sempre passa no vinil
Acredite, pois os contei
Sobre a pele de veludo
Calculei eles ao todo
E deu: Um eu te amei.

Mas o acaso danado
Logo tudo transformou
Pois não é que ele
Com quase tudo acabou
Já que isso era escondido
Um caso meio encardido
E aos meus pais quase mostrou.

Melhor, decerto viram
Já que ficaram calados
Quando eles passaram
Meio que acanhados
Pior que nós não estavam
Mas as horas já passaram
E eles continuam mudos...

Dia 5.7 de 2016
Dia que cordel virou
Portanto, agora eterno
Mas já bem feliz estou
Pois como num sonho
Foi com a Marinho
Que meu dia findou.


Por Jonatas Carlos

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