google.com, pub-7683722366565923, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7683722366565923, DIRECT, f08c47fec0942fa0

O canto de Isaura



Desd'o berço respirando
Os ares da escravidão,
Como sempre lançada
Em terra de maldição,
A vida passo chorando
Minha triste condição.

Os meus braços estão presos,
A ninguém posso abraçar,
Nem meus lábios, nem meus olhos
Não podem de amor falar;
Deu-me Deus um coração
Somente para penar.

Ao ar livre das campinas
Seu perfume exala a flor;
Canta a aura em liberdade
Do bosque o alado cantor;
Só para a pobre cativa
Não há canções, nem amor.

Cala-te pobre cativa;
Teus queixumes crimes são;
É uma afronta esse canto.
Que exprime tua aflição,
A vida não te pertence.
Não é teu teu coração. 

Do livro "A escrava Isaura" de Bernardo Guimarães

Nenhum comentário:

Postar um comentário

https://docs.google.com/document/d/1-8tyeQ3A0yBF7cpjPyNrrXQr6qsZTYbC/edit?usp=sharing&ouid=115272958478805811733&rtpof=true&sd=t...